Quarta Feira
21ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.23,27-32
21ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.23,27-32
“Vigiai - diz hoje Jesus no Evangelho de
Mateus - pois não sabeis em que dia o
vosso Senhor voltará. Considerai isto: “Se
o dono da casa soubesse em que hora viria o ladrão, certamente vigiaria e não
permitiria que sua casa fosse arrombada”.
Nós não
vivemos mais, dois mil anos passados, aquela espera ansiosa pela vinda de
Cristo; pelo contrário, não esperamos esta vinda de Cristo. Não esperamos
o final do mundo para a nossa idade, ou para o tempo que nos resta de
vida. Vivemos convencidos de que a História neste planeta ainda se
prolongará por diversos séculos, embora certezas a respeito disto, não tenhamos
nenhuma.
Estamos
no extremo oposto, não imaginamos uma surpresa de Deus reservada para um futuro
mais ou menos breve; devido a isto, o Cristianismo perde muito de suas
energias, o fervor religioso, a busca sincera do conhecimento de Jesus Cristo,
o crescimento nas virtudes teologais, na fé, na esperança e na caridade. Pelo
contrário, existe em muitos de nós, boa dose de mundanismo.
Estamos
tranquilos, felizes, muitos de nós estão bem, dispostos a continuar assim por
muitos e muitos anos. A estas comunidades modernas, sonolentas, que não mais
esperam coisa alguma, que estão contentes com aquilo que têm, vale o Evangelho
de hoje: vigiai, pois não sabeis o dia
nem a hora.
A cada
dia, nesta Cidade de São Paulo, morrem quantas pessoas? Certo, muitas delas já
estavam à beira da morte, mas outras tantas certamente despertaram hoje sem jamais
suspeitar que aquela teria sido sua última noite, que este seria seu último
dia, que amanhã, a esta hora, já estariam enterradas. Estas coisas não são
ditas para roubar o sono de quem quer que seja, e não nos podem levar à
neurose.
Devemos
viver responsavelmente neste mundo, porém o Evangelho é valido para as pessoas
que não querem levar a sério um encontro com Deus, que talvez esteja muito mais
próximo do que imaginam. Tudo neste mundo é muito incerto e a única certeza
absoluta, esta sim sem sombra de dúvida, é a certeza de que vamos morrer,
embora ignoremos totalmente as circunstâncias históricas de nossa morte.
Vigiemos, para que aquele dia não
nos apanhe despreocupados, desprevenidos e, sobretudo, vazios diante de Deus.
Vigie sobretudo aquele que já deixou muitos anos para trás sem nada a fazer.(*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso
c / f Padre Fernando C. Cardoso
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