SEM A PALAVRA DE DEUS NÃO É POSSÍVEL CAMINHAR PARA O ALTO, CEHEGAR ATÉ DEUS,
" VINDE A MIM VÓS TODOS QUE ESTAIS OPRIMIDOS E EU VOS SALVAREI". "QUEM ME PROCURA ME ACHA E EU NÃO O ABANDONAREI".
31 DE JULHO Mt.14,1-12 São João
Batista foi o Precursor da atividade de Jesus e tornou-se também o Precursor da
Sua Paixão e Morte. Jesus pôde ler na tragédia acontecida com São João Batista
as sombras que o aguardavam em Jerusalém.
É
um mistério para nós que o Deus que alimenta os passarinhos do Céu e que não
permite que um só fio de cabelo de nossa cabeça caia sem Seu consentimento,
tenha permitido que a Cabeça de São João Batista rolasse diante da espada do
algoz que o decapitou na prisão.
Deus
permitiu misteriosamente para nós que aquele que veio para dar testemunho da
Luz terminasse Sua existência num calabouço escuro, por causa do capricho de
uma mulher que o detestava e que pediu sua cabeça numa bandeja.
Todos aqueles que se puserem a
anunciar o Reino dos Céus como São João Batista, e mais ainda, como Jesus,
devem estar conscientes de que esta Pregação não é simples, não é fácil e é
muito exigente.
Primeiramente, devem anunciar o Reino em absoluta pobreza e desinteresse.
Em segundo lugar, devem propor e jamais impor.
Em terceiro lugar, o sucesso de sua Pregação não lhes é, de forma alguma,
garantido antecipadamente; haverá pessoas que receberão com alegria a Palavra,
haverá outras que a rejeitarão.
Finalmente, devem
estar conscientes de que esta Pregação pode custar-lhes muito caro, como custou
a São João Batista a sua cabeça. Quem deseja total segurança para si não se
ponha a anunciar o Reino de Deus.
Choca-se
tremendamente o Reino de Deus anunciado com conforto, tranqüilidade, ausência
de perigo, sucesso garantido e aplausos, e Jesus rejeita os falsos pregadores
que os preferem. Ao contrário, espera aqueles que estiverem dispostos a tudo
dar, a tudo pagar, como Ele, como João Batista, como muitos outros no passado e
no presente.(*)
SEXTA FEIRA
17ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.13,54-58 Após o
discurso em Parábolas, o Evangelista mostra-nos Jesus em direção à sua Cidade,
Nazaré. Era lá que se havia criado, lá estavam todos os seus familiares. Até os
trinta anos, Jesus não se comportou diferentemente de nenhum deles, a não ser,
quem sabe, o fato de ser celibatário, isto é, não ter buscado para si a Vida
matrimonial.
Quando,
após o Batismo de João Batista, começou Ele também a anunciar o Reino dos Céus,
este movimento ao Seu redor cresceu e tomou tais proporções, que alarmou os
antigos familiares da aldeia de Nazaré.
Como pode
um simples Carpinteiro, que conhecemos tão bem, que vivia entre nós, que comia
o Pão com o suor do seu trabalho como nós, que frequentava conosco a pequena Sinagoga,
que se divertia em nossa companhia, pode agora se manifestar para as aldeias e Cidades
de Genezaré como um Profeta de Deus? Diz o Evangelista Sã Mateus que se
escandalizaram, pois não estivam dispostos a aceitar o sobrenatural que provinha
do Ministério de Jesus.
Assim
acontece na Igreja de Cristo: Deus não
Se cansa de enviar Seus mensageiros, sacerdotes, ministros da Sua Palavra que,
como Jesus, lançam a semente do Reino, mas que, diferentemente de Jesus,
possuem defeitos, limitações - não são pessoas consumadas em perfeição e
santidade.
Isto para
muitos é um choque: aquele Padre poderia falar melhor, poderia dominar melhor a
teologia, sua Vida poderia ser mais transparente; aquele Pregador deveria viver
tudo aquilo que nos transmite. Desse modo, muitos cristãos dispensam-se de
aceitar a Palavra de Deus que provenha dessas pessoas.
É
evidente que não existe Pregador consumado em Santidade, não existe Pregador
ilimitado: contudo, Deus se serve de todos nós, Pregadores, serve-se de nossa
natureza, serve-se até mesmo de nossas fraquezas e deseja que nós sejamos Seu
porta voz.
É
evidente que, quanto mais transparentes e Santos formos, mais atrairemos o Povo
de Deus; este não está dispensado de ouvir a Palavra do Senhor, mesmo que provenha
de nossa boca, pois, se não somos Santos, a Palavra que anunciamos possui uma
força intrínseca que independe de nossas Vidas e interpela diretamente a Consciência
de cada um.(*)
É
gratificante ler a conclusão que o Evangelista São Mateus coloca no final do
terceiro discurso de Jesus, o discurso em parábolas: “Todo escriba, isto é, todo Mestre da Lei, experiente no Reino dos
Céus, é semelhante a um Pai de família que retira do seu tesouro coisas novas e
coisas velhas”.
Diversos
exegetas vêem neste versículo conclusivo a assinatura modesta do Evangelista
que realizou a redação última deste Evangelho: São Mateus, na tradição da
Igreja. Ele seria um judeu cristão de segunda geração que, antes de se
converter ao Cristianismo, era um Doutor da lei; após a conversão,
transformou-se em Discípulo de Jesus e agora pode unir as duas grandes etapas
de sua existência: a etapa anterior, quando possuía apenas o Antigo Testamento,
as coisas velhas; e a etapa seguinte quando, tornado Discípulo de Jesus,
conhece o Evangelho e os outros escritos do Novo Testamento.
Este
Evangelista procurou realizar na Comunidade de Antioquia um equilíbrio entre a
Lei mosaica e o Evangelho de Jesus, entre o Antigo e o Novo Testamento.
Ainda
hoje lemos com atenção o Antigo Testamento. A Igreja nunca o rejeitou, como
pretendeu na antiguidade Marcião; a Igreja sempre uniu o Antigo ao Novo, pois o
próprio Jesus não seria compreensível aos Cristãos não fosse o Antigo
Testamento. Jesus não seria claro em seu Mistério Pascal, não fosse Ele
admiravelmente anunciado de antemão na Lei e nos Profetas, com a capacidade que
Deus lhes dá mas, sobretudo, com a Graça do Espírito Santo suplicada cada dia.
Debruce-se
sobre algum livro do Antigo Testamento. Tome, por exemplo, a primeira leitura
da liturgia semanal. Estes livros que formam o Antigo Testamento são ricos em
instrução e, de maneira velada, todos apontam para Jesus.
É Ele a
chave hermenêutica que possibilita a compreensão do Antigo Testamento, o qual
leva-nos a compreender melhor quem é Jesus.(*) c/ f Padre Fernando C. Cardoso
QUARTA FEIRA
17ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.13,44-46 “O Reino dos Céus, diz Jesus, é
semelhante a um homem que encontrou um tesouro enterrado em um campo”. Na
antiguidade - e na falta dos nossos modernos bancos - havia o costume de
enterrar no solo tesouros inestimáveis, sobretudo em épocas de guerra ou de
assaltos inimigos.
Alguém,
ao cavar um campo, encontra casualmente, diz o texto, um tesouro que não estava
procurando; cheio de alegria, surpreso e feliz, vende tudo o que tem para poder
adquirir aquele campo, juntamente com o tesouro que lá se encontra enterrado.
Esta é
uma das menores Parábolas que nos traz o Evangelista São Mateus e, no entanto,
ela se verifica na Vida da Igreja desde os tempos apostólicos, desde quando São
Pedro disse a Jesus: “Eis que deixamos
tudo e te seguimos”. Isto será repetido até os dias de hoje.
Existem
milhares de pessoas que, ao longo destes vinte séculos de Cristianismo e
História da Igreja, descobriram, com a Graça de Deus, um tesouro diverso de
todos os tesouros materiais. Essas pessoas encontraram uma nova razão de viver
e bem mais profunda, entusiasmante e realizadora do que outras razões
materiais. Redimensionaram suas Vidas para poderem adquirir o Tesouro
inestimável que é Jesus Cristo.
Quantos jovens de ambos os sexos
deixaram bem estar material, carreira promissora, profissão rendosa, emprego
confortável para, em pobreza, obediência e castidade, seguirem Jesus?
Não é
preciso entrar na Vida religiosa, abraçar a Vida ministerial ou sacerdotal.
Basta que alguém encontre, por Graça de Deus, este tesouro que é vivo, que é
Jesus Cristo, e a Vida dessa pessoa tomará uma dimensão, um colorido todo
diverso daquela que até então possuía.
Pode-se
dizer literalmente que nasceu de novo e agora sabe porque vive e para onde
deseja encaminhar-se.(*)
TERÇA FEIRA
17ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Jm.14,17-22 Jeremias,
às vésperas da destruição de Jerusalém, no verão de 587 a.C., perguntava a si
mesmo se haveria um homem de bem a percorrer as ruas daquela Cidade.
Recordamos
que, outrora, no Livro do Gênesis, Abrão pôs-se a negociar com Deus a respeito
da sorte de Sodoma e de Gomorra. Se na Cidade houver cinqüenta justos não a
perdoarás? A resposta de Deus é pronta: “Por
causa dos cinqüenta justos Eu a perdoarei e pouparei”. Abraão desce até dez. E
se nela houver apenas dez justos? A reposta de Deus é sempre a mesma: “Por amor
aos dez justos eventualmente no seu interior Eu a pouparei”.
Jeremias
duvidava que houvesse um único homem de bem na Cidade de Jerusalém. Pode um
leopardo desfazer-se das cores de que se acha revestido? Absolutamente não. E
como vós podereis praticar o bem impregnados que estais de maldades? O que se
pode fazer, então?
Jeremias,
sem rodeios e sem meias palavras, responde: “Entoar desde já antecipadamente um canto fúnebre, porque tudo que aqui
está será inexoravelmente destruído; se Deus realizar ainda alguma coisa com
este povo, será a partir das cinzas, dos escombros de sua própria ruína.
Deus é um caso a ser levado a
sério, Ele trata-nos com seriedade; não brinca com nenhum de nós, pois faz
parte da essência do Amor não brincar com quem quer que seja. Ele chama-nos, respeitando nossa
liberdade, apesar de podermos observar que em nosso interior, em miniatura,
existe a miséria que Jeremias deplorava diante de Jerusalém às vésperas da sua
destruição.
Se não
estamos muito certos da amizade de Deus; se, pelo contrário, estamos
conscientes de uma Vida cristã medíocre, vivida na desgraça, levemos a sério a
Sua Palavra: ainda hoje, através de Jeremias, Ele deseja tocar Corações
empedernidos.
Ainda há
tempo, mas não sabemos quanto este tempo durará.(*)
17ª SEMANA DO TEMPO COMUM
SEGUNDA FEIRA Jm.13,1-11 Os
Profetas de Israel e de Judá não advertiam e exortavam apenas com palavras;
faziam gestos mímicos, falavam com a linguagem do corpo ou de ações
aparentemente incompreensíveis que, num segundo momento, eram entendidas.
Assim,
no texto de hoje, Deus manda Jeremias
comprar uma cinta de linho fino e usá-la durante algum tempo. Depois ordena
ao Profeta que enterre esta cinta às margens de um rio e lá a deixe durante
muito tempo. Num terceiro momento ordena Deus a Jeremias que vá buscar aquela
cinta que havia enterrado às margens do grande rio.
Jeremias
para lá se dirigiu, desenterrou a cinta e encontrou-a totalmente desfeita,
apodrecida. Vem, então, a Palavra de Deus que esclarece a mímica e o gesto
simbólico: Assim foram Israel e Judá
Comigo, assim foi Jerusalém Comigo. Eram para Mim um objeto precioso que
carregava Comigo, mas agora se transformaram em algo absolutamente inútil,
apodrecido e que não pode ser mais usado.
A
advertência através deste sinal ou gesto mímico é clara: existem estados de espírito tão adiantados no mal, na perversão e no pecado,
que se pode dizer que sua volta ou a Conversão é extremamente complicada.
Teoricamente
se pode dizer de todo pecador que, enquanto não morrer, terá ocasião de se
encontrar com Deus convertidamente; porém, muitas vezes esta possibilidade
poderia ser comparada à possibilidade de um náufrago.
Pode um
náufrago vir a ser salvo depois de se ter afastado para longe no mar?
Teoricamente, enquanto não exalar o último suspiro, sim. Mas esta possibilidade
é mais teórica do que real. Existem
pessoas tão adiantadas no mal, no pecado e na iniqüidade que comprometem
seriamente sua Salvação.
O texto é
claro, quem tiver ouvidos para ouvir e inteligência para compreender e
aplicá-lo eventualmente a si, faça-o, enquanto há tempo.(*)
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc.11,1-13 São Lucas,
diversamente de São Mateus, diz-nos que a circunstância na qual Jesus ensinou o
Pai Nosso a seus discípulos foi um momento de Oração pessoal Sua.
Os Discípulos
estavam impressionados com o modo como Jesus rezava. Pediram então,
humildemente, que os ensinasse a Rezar. Jesus, neste Evangelho, transmite o
texto lucano bem mais abreviado do que o texto de São Mateus: “Pai, santificado seja o Teu nome”.
Pode o nome de Deus ser santificado por nós? Depende de nós a santificação do
nome de Deus? A estas perguntas se deve responder, sim e não.
Não,
porque Deus é inefável, Deus é transcendente e não precisa de nenhum de nós
para se realizar. Sim, porque no nosso meio
o nome de Deus é santificado sempre, mas apenas quando nos comportamos
dignamente, quando realizamos frutos visíveis de conversão do Coração e
observamos perseverantemente Seus Mandamentos.
Que
tristeza vermos muitos dos assim chamados Católicos, dentro da Igreja, que não
têm nenhuma preocupação em santificar o nome de Deus com testemunho luminoso de
Vida; pelo contrário, um comportamento medíocre, morno, censurável visto pelos
de fora, ao invés de atrair para Deus - e é neste sentido que Seu nome é
santificado - afastam e blasfemam o Nome de Deus. Deveríamos compenetrar-nos de
que somos capazes, não apenas se santificar, mas também de blasfemar o Nome de
Deus.
“Dá-nos o pão de cada dia”; através do símbolo do Pão
contemplamos não apenas a realidade material de que necessitamos para nos
manter em vida, mas sobretudo Sua Palavra, porque mais do que Pão material que
alimenta o estômago, Sua Palavra deve diariamente alimentar o Coração daquele
que quer progredir na Maturidade Cristã e chegar a um verdadeiro desabrochar de
sua Vocação em Cristo.
Estes
enamorados da Palavra de Deus no presente poderão participar também do Pão
escatológico. Bem aventurado aquele que
comer o Pão no Reino dos Céus.
Hoje os
que mastigam o Pão de Sua Palavra diariamente, são convidados a tomar parte à
Mesa do Reino dos Céus com o Deus de Abraão, Isaac e Jacó.(*)
SÁBADO
16ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Jm.7,1-11 Existem,
no Livro de Jeremias, diversos textos nos quais o Profeta é mencionado na
terceira pessoa do singular. São normalmente textos não escritos pelo Profeta,
mas redigidos por redatores posteriores, anônimos; diversos estão no estilo da
teologia do Deuteronômio. São textos deuteronomistas, como este que a Liturgia
nos coloca hoje diante dos olhos.
O
Profeta tem o cuidado de não separar a Vida ética e moral do Culto prestado a
Deus no Templo de Jerusalém. Este Templo, antes de 587 a.C., estava ainda de
pé, porém Deus advertia severamente os Judeus e habitantes de Jerusalém,
através do seu Profeta, que matar, roubar, fornicar, falar mal e depois entrar
no Templo, buscando o culto divino através de uma bela Celebração litúrgica é
abominável aos olhos de Deus.
Através
do Seu Profeta, Deus afirma explicitamente que rejeita não só este culto, mas
também os que os oferecem; põe-nos para
fora porque conhece e perscruta os rins e o coração e sabe o que se passa no
interior de todos.
Tal
comportamento é uma tentativa de subornar Deus, é tentar comprar Deus através
de culto externo. Nós, que tomamos parte na Liturgia católica, que frequentamos
as Missas dominicais, que participamos de atividades da Igreja devemos tomar
cuidado quando entramos na Casa do Senhor. Nossas
igrejas são a Casa de Deus.
Mas o que
foi dito no passado vale para hoje também: matar, roubar, destruir, cometer
adultério, jurar falso e depois vir à Casa de Deus e pretender ser aceito por
Ele é abominável. Deus rejeita estas pessoas e as põe decididamente para fora.(*)
Jeremias não foi simplesmente um profeta de catástrofes. Jeremias não anunciou
apenas a destruição. Ele também previu um futuro radiante e glorioso para o Povo
judeu depois da dura e severa purificação do exílio pela qual deveria passar.
“Eu vos darei pastores, segundo o
Meu Coração, e eles vos guiarão com Sabedoria e Inteligência”. A seguir, Jeremias fala da sorte
da Arca da Aliança; ela foi, durante todo tempo de vigência do primeiro Templo,
o sinal visível da presença de Deus.
Com a sua
destruição esta Arca foi desapareceu e nunca mais foi reconstituída. No
entanto, Jeremias, no texto de hoje, não se lamenta pelo seu desaparecimento
porque Deus, em Pessoa, transformara Jerusalém toda inteira numa Arca da
Aliança; se a Arca era o seu trono, Jerusalém, no futuro redimida, purificada,
passará a ser o verdadeiro Trono de Deus.
O que se diz para um conjunto, para um povo, vale
para cada um de nós também. A Escritura é lida tanto no plural quanto no
singular e cada um de nós pode aplicar pessoalmente este texto a si mesmo. A
palavra de Deus é viva e eficaz e o Espírito Santo não permite que ela se perca
no passado, mas a traz com atualização para nós. Somos muito mais do que a
antiga Arca da Aliança.
A título muito superior ao de Jerusalém, Trono de Deus, São Paulo afirma na
carta aos Coríntios que nós somos templos do Deus vivo e que Deus habita não
apenas na Igreja, mas também em cada membro Seu. É também preciso sublinhar:
Deus concede-nos Pastores de acordo com Seu coração.
Se
existiram e existem, lamentavelmente, Sacerdotes que não honraram ou não honram
o seu Ministério e se tornam causa de vilipêndio e ironia por parte daqueles
que estão fora da Igreja e nos transformam em comédia, existem também pastores
segundo o Coração de Deus. Existem Sacerdotes santos, dedicados,
desinteressados, incapazes de pregar ao povo a Palavra de Deus sem a pregarem
em primeiro lugar a si próprios, capazes de orientar com segurança um membro
redimido por Jesus Cristo.
Eles
existem e, graças a Deus, são numerosos, mas não fazem alarde ao redor de si,
exercem com humildade e desapego um ministério para o qual foram chamados,
santificam-se, entregam-se a nós, ouvindo pacientemente nossos pecados,
absolvendo-nos em nome de Deus, dando-nos conselhos iluminados pela sabedoria
do Evangelho.
Por estes
pastores, pelas suas vidas, pelas suas presenças agradecemos imensamente a
Deus, ao mesmo tempo em que Lhe pedimos que este número seja aumentado no
interior de sua Igreja.(*) c / f Padre Fernando C. Cardoso
“Antes de formar-te no seio materno Eu te conheci, antes que fosses dado à luz Eu te consagrei e te estabeleci Profeta das nações” - assim diz Deus a Jeremias.
Jeremias, à luz desta Palavra, descobriu-se como um Profeta já conquistado por Deus antes mesmo que existisse, e percebeu ser alguém predestinado por Ele. Sua Vida foi trágica: é o único personagem que não se casou em todo Antigo Testamento; mas seu celibato nada tem de positivo, como o celibato no Novo Testamento, por amor a Jesus Cristo. Era, sim, sinal de maldição, de esterilidade. Assim como Jeremias, solitário, abandonado, Jerusalém também sofrerá a mesma sorte.
“Eu te constitui diante das Nações para arrancar e demolir, destruir e abater, edificar e reconstruir.” É de se notar que os verbos negativos são mais números que os verbos indicadores de ações positivas. Jeremias foi um profeta de catástrofe na Jerusalém do final do século VII e inicio do século VI, pois profetizou ininterruptamente sua destruição.
Não foi absolutamente aceito em vida e durante muitos anos viveu de maneira errante e escondida. Esteve a ponto de ser assassinado por diversas vezes e foi salvo à última hora por algum dos pouquíssimos amigos que ainda possuía.
Contudo, sua palavra se comprovou e, logo após sua morte, o livro de Jeremias, ou melhor, o conjunto de suas palavras, de sua mensagem, conheceu uma aceitação enorme pelo povo de Israel.
É assim que acontece com os verdadeiros profetas e homens de Deus: em Vida não são levados a sério, durante seu Ministério são rejeitados, afastados do convívio da sociedade e alguns deles conhecem sofrimentos físicos e até a morte pelo martírio. No entanto, como se serviu outrora de Jeremias, Deus, ainda hoje e durante todo a História da Igreja, serve-se de pessoas que alertam, que muitas vezes dizem que as coisas não vão bem, nem dentro e nem fora da Igreja.
Estas pessoas merecem ser escutadas porque são instrumentos de Deus para nossa correção.(*)