Sexta Feira
23ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Lc.6,39-42
Existem, no texto lucano hoje apresentado, dois momentos de extrema importância. Em primeiro lugar, Jesus fala de certos cegos que se transformam em guias de outros cegos.
Evidentemente
o desastre será para todos. Esta é uma advertência séria. Existem pessoas que
não são capazes de orientar-se a si próprias porque estão completamente
desnorteadas, mas põem-se a tutelar e comandar vidas alheias. Existem pessoas
incapazes de se comportar decentemente na vida, que se apresentam como mestres
de outros.
Isso
acontece fora da Igreja: quantos falsos
psicólogos, psiquiatras, psicanalistas! Claro, existem muitas pessoas
preparadas e sérias nesse meio, mas existem também os charlatães. Dentro da
Igreja, lamentavelmente, existem essas pessoas e, por desgraça, até mesmo
dentro do clero, ou seja, daqueles que deveriam aconselhar os que deles
aproximam sempre de acordo com as normas da Igreja.
Repito sempre que uma pessoa, quando busca um
Sacerdote, não o busca por ser ele a pessoa física que é, busca-o sempre por
ele representar, de alguma maneira, a Igreja Católica. Esse Sacerdote não
tem o direito de orientar outra pessoa de acordo com seus próprios pontos de
vista, sobretudo quando estes dissociam-se totalmente da Igreja.
É uma
verdadeira traição do Ministério, é um abuso, porque essas pessoas não os foram
buscar para receber algo de distinto, oposto aos ensinamentos da Igreja.
Isto
dito, Jesus fala, a seguir, do defeito inato em cada um de nós de buscarmos
espasmodicamente os ciscos que estão nos olhos dos outros, quando não
enxergamos a trave que está no nosso próprio olho. A comparação entre o cisco e
a trave é bem o estilo de Jesus, que, em outra ocasião, compara um camelo com o
orifício de uma agulha.
Jesus quer que Sua Palavra
impressione verdadeiramente e por isto usa hipérboles.
Podemos corrigir os demais, existem pessoas que têm como Missão corrigir, mas,
quando criticamos, precisamos usar de muito bom senso e humildade, porque
muitas vezes também carregamos, de uma maneira ou de outra, os mesmos defeitos
que queremos corrigir lá.
Se não os
corrigimos em nós, passamos por hipócritas diante de Deus. Fujamos da
hipocrisia e da falta de caridade, buscando de maneira insistente defeitos alheios,
enquanto esquecemos de consultar nossa própria consciência.(*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso
c / f Padre Fernando C. Cardoso
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