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O Tempo nos conduz a Deus

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A DEUS, E SOMENTE A DEUS, PODEMOS DIZER TUDO O QUE QUEREMOS EM NOSSO DESESPERO.

Dia 28 de Setembro.
Terça Feira.
26ª Semana do Tempo Comum.
Jó 3,1-3. 11-17. 20-23



Continua a trama literária no prólogo do livro de Jó, o qual ignora o que se passa na Corte Celeste. Satanás, por permissão de Deus, não satisfeito em destruir todos os bens materiais de Jó, inclusive seus filhos, agora o ataca diretamente em sua saúde, enviando-lhe a lepra que o cobre de chagas da cabeça aos pés. Ele havia efetivamente dito a Deus “pele por pele, o homem dará tudo para salvar sua vida”.  Deus permite a Satanás que faça o que quiser com Jó, contanto que não lhe retire a vida.
A esposa de Jó se apresenta neste momento: maldiz a Deus e morre, mas antes grita a seu marido, que lhe responde: “Tu te comportas e falas como uma estúpida”. Jó, ao invés de maldizer Deus e desferir um golpe mortal em si mesmo, prefere maldizer o dia do seu nascimento, e a noite em que foi concebido. “Desapareça esse dia, desapareça essa noite do cômputo dos anos”. Jó sente-se verdadeiramente desesperado; não é capaz de aquilatar a razão da veemência de sua dor e de suas provações. Vale a pena continuar a viver? Mas Jó prefere morrer. Na verdade, Deus aceita sua oração desesperada, como aceita também as nossas. Ele percebe que naquele momento não somos senhores absolutos de nós mesmos, estamos por demais envolvidos com nossos dramas e perdemos a objetividade.

Com Deus - e este é um conselho que dou a todos – pode-se dizer o que se quiser, mas apenas com Deus. Com os demais devemos comportar-nos como pessoas delicadas e caridosas. Com Deus podemos lavar nossas almas, mostrar o fundo do nosso Coração, nossa miséria; muitas vezes a Oração sincera leva-nos a dizer que não aguentamos mais, que somos seres limitados, que estamos no limite do sofrimento.

Deus aceita essa Oração desde que ela seja sincera, que provenha do íntimo do Coração e que, uma vez mais, estejamos convencidos de que o mistério de Deus nos escapa por completo; se, nos momentos em que não somos provados imaginamos compreender Deus, uma provação cruel faz-nos voltar para nós mesmos e nos considerar homens finitos, um nada diante de um mistério absoluto.(*)
c /f   Padre Fernando C. Cardoso

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