SANTA PAULINA DE JESUS, RELIGIOSA E VIRGEM.

9 de Julho
Mt.10,16-23

Ontem, a partir do texto de São Mateus, e da experiência dos Missionários na Igreja local, falávamos da pobreza e do despojamento como características e notas de uma Igreja rica apenas no sobrenatural e que, por ser rica de Deus, não deve ambicionar riquezas deste mundo.

 Hoje o Discurso dirigido aos Missionários dá um passo a mais: não só devem eles ser pobres, como devem estar conscientes de que se entregam a uma Missão que não tem nada de fácil. “Eis que Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos”. Os Missionários estão armados única e exclusivamente da Palavra de Deus e dependem do acolhimento que as ovelhas derem a esta Palavra da qual são anunciadores e porta-vozes.

É possível que sejam bem recebidos; devem, então, oferecer a Paz de Cristo a estas, mas é possível também que não sejam ouvidos, que sejam criticados, perseguidos. “Quando vos arrastarem aos tribunais, não deveis premeditar a vossa defesa, naquele momento vos será enviado o Espírito Santo”. Esta é a única vez, afora o Batismo, em que o Evangelista menciona o Espírito Santo, que falará melhor, que colocará a defesa na boca das suas testemunhas. Daí a importância deste texto.

É possível que a Missão termine de maneira trágica, e isto não apenas na geração de São Mateus, mas em todas as gerações e na nossa também. É possível que Missionários pobres, simplesmente armados da Palavra venham a ser hostilizados e perseguidos. Deus não lhes promete uma felicidade imediata, Deus não os retira das provações e tribulações que o ofício de Pregador traz consigo. Apenas Lhes diz que fiquem tranquilos, porque o Espírito Santo os acompanhará não apenas nos momentos de sucesso e de acolhimento da Palavra, mas também nos momentos de insucesso, fracasso, hostilidade e perseguição.

É possível ser perseguido ainda hoje, e nós conhecemos Mártires que deram a Vida pelo Evangelho em pleno século XX, e até nos albores do século XXI.

Missão é coisa séria na Igreja, não se brinca com isso.(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso