SUPOMOS CONHECER TUDO E NADA SABEMOS.

Segunda Feira
7ª Semana da Páscoa
Jo.16,29-33

Num determinado momento da Sua despedida dos Discípulos, estes se voltam a Jesus e Lhe dizem em tom triunfante: “Agora compreendemos claramente, agora percebemos que não usas mais de parábolas ou comparações; agora, sim, conhecemos tudo e não temos necessidade de interrogar-Te a respeito de mais nada.”

Estes Discípulos que se dirigiam a Jesus neste tom de Vitória e Compreensão são os mesmos que, muito em breve, dentro de pouquíssimas horas, abandonarão Jesus e se espalharão, desfazendo o grupo compacto dos Seus seguidores. Compreende-se, então, até onde vai o conhecimento desses discípulos. 

Esta é a situação de muitos de nós, a partir de um ponto de vista superficial e totalmente insuficiente: num determinado momento parece que compreendemos tudo a respeito do mistério de Deus, a respeito da Sua vontade, a respeito de Cristo e de Seu Espírito, e não nos damos conta de que somos apenas principiantes, que estamos realizando má figura diante de Deus, e não nos damos conta da nossa superficialidade e limites. 

Se, depois de ter recebido uma Graça, nos aprofundarmos bem mais naqueles mesmos mistérios, então teremos vergonha de nós, e reconheceremos a figura estúpida que fizemos.

Imaginávamos que compreendíamos o mistério de Deus e o alcance das Suas palavras, e não tínhamos sequer dado o primeiro passo neste conhecimento. 

Outros passos se seguirão e, com a graça de Deus, esta pessoa poderá caminhar dos inícios de um principiante até o progresso intenso de alguém que já é comprovado nos caminhos de Deus. E, olhando para traz, terá vergonha de si mesmo: aqueles conhecimentos que julgava ter não passavam de meras sinalizações à espera de muitas outras revelações que obteria com a graça de Deus e com a oração perseverante de cada dia. (*)
 c / f Padre Fernando C. Cardoso