Jo.13,31-35
O Deus transcendente, inominável, do Antigo Testamento recebe no Novo o apelativo de Pai de Jesus Cristo.
Hoje
Felipe faz o seguinte pedido a Jesus: “Senhor,
mostra-nos o Pai, e isto é suficiente para nós”. Contemplar Deus é um desejo
de todo judeu piedoso - já descrito nas páginas do Antigo Testamento – e,
neste, a resposta a este profundo anseio humano não deixa de ser contraditória,
pois, ora vem dito que o homem não pode contemplar o rosto de Deus e continuar
em vida, ora que os puros de Coração
poderão contemplar a face de Deus. É evidente que não estamos aqui para
resolver uma exegese de textos, pois todos eles têm a sua beleza e a sua
explicação. No entanto, a originalidade do texto de hoje está na resposta que
Jesus dá a Felipe e, através de Felipe, dá a cada um de nós que nutre um grande
desejo de contemplar um dia Deus: “Felipe, quem Me vê, vê o Pai”.
Em
Jesus, na Sua história, nos Seus gestos, nas Suas Palavras é Deus mesmo quem se
mostra a cada um de nós e, se nós tivermos - como Felipe e os outros doze
apóstolos – um Poração puro e transparente, se nós tivermos pureza de intenção
a mover todo o nosso Cristianismo, nós poderemos contemplar Deus já nesta Vida,
antes da morte. Não, por certo, com olhos carnais - estes não são os mais perspicazes,
os mais profundos, estes não são aqueles que detectam o mistério - nós poderemos
contemplar Deus já neste mundo e de maneira sempre mais progressiva, através
dos olhos penetrantes do próprio Coração.
Os
santos fizeram esta experiência, e ela está aberta a todo Cristão digno deste nome.
Gostaria de acrescentar uma última palavra a esta reflexão: o Cristão do século
XXI ou será um místico - no verdadeiro sentido do termo - ou não será Cristão. (*)
c / f Padre fernando C. Cardoso
c / f Padre fernando C. Cardoso
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