A GLÓRIA DE JESUS É A VITÓRIA DO AMOR SOBRE A MORTE.

5º DOMINGO DA PÁSCOA
Jo.13,31-35

Neste quinto domingo da Páscoa escutamos um grito que provém do íntimo do Coração de Cristo: “Agora o Filho do Homem está glorificado, agora Deus é Nele glorificado. E Deus O glorificará dentro em breve”.

Estas palavras foram pronunciadas no contexto da última ceia, pouco antes da Paixão e Morte de Jesus. À primeira vista, o contexto é totalmente inadequado para se falar em glória - Judas havia acabado de sair e de mergulhar na noite escura da traição. O processo que culminaria com a Morte de Jesus já estava em andamento e não poderia mais voltar atrás.

Pois bem, exatamente neste momento, quando todos conspiram contra Jesus e tomam a decisão de eliminá-Lo o mais depressa possível da terra dos vivos, Jesus afirma que Deus está glorificado e que Ele também está glorificado.

É preciso entender: a glória de Jesus Cristo - que é a glória de Deus - não é a glória de um poderoso que consegue um sucesso qualquer. A glória a que se refere Jesus não é a de um egoísta - Sua glória coincide com Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Exatamente no momento em que os homens tratarão o Cristo como um verme, como um rebotalho deste mundo, como alguém indigno dos menores afetos, neste exato momento Deus O glorifica e Jesus está sendo glorificado. É a vitória do Amor sobre as forças do caos, é a Vitória do Amor sobre todas as forças que decidiram a Sua Morte, é a Vitória do Amor sobre o ódio em qualquer intensidade.

Este texto evangélico assim explicado é bastante adequado a ser proclamado após a Páscoa, pois estamos ainda vivendo as alegrias pascais, contemplamos a cada Domingo com a comunidade a que pertencemos a glória de Jesus Cristo ao superar o pecado e a morte. Deus O ressuscitou e Lhe deu a plenitude da Vida porque Ele Se aniquilou a Si mesmo, numa demonstração cabal de total Amor e solidariedade para com cada um de nós e para com todos nós no conjunto da humanidade - é assim que Ele Se apresenta neste Quinto Domingo da Páscoa: na Sua glória, que é também a Glória de Deus.

Deixem-me repetir uma vez mais: não é a glória do egoísta, do poderoso, mas Daquele que soube amar até o fim e mantém esta vitória do Amor no Seu corpo glorificado.(*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso