3º DOMINGO DA PÁSCOA
Jo.21,19-19 ou 1-14
O apêndice do evangelho de São João, que neste terceiro domingo da Páscoa é proclamado, é um texto recente, no entanto contém, a meu ver, uma antiquíssima tradição de Aparição de Jesus Ressuscitado.
Simão
volta a sua antiga profissão de pescador, com ele alguns sócios que também
tinham sido companheiros de Jesus. Podemos imaginar o desânimo e a resignação
com que retomam uma tarefa que parecia estar liquidada para sempre.
Simão e
seus companheiros conduzem a barca para águas profundas, mas a barca mesmo
conduzida por Simão e por seus companheiros, sem a presença de Jesus, é uma
barca estéril, é uma barca que nada pesca, é uma barca que não se enche de
peixes. Quando Jesus aparece às margens e ordena que lancem a rede novamente
então sim, apanham uma quantidade enorme, cento e cinqüenta e três grandes
peixes.
Jesus num
momento seguinte interroga Pedro por três vezes: “Simão filho de João, tu me amas?” E por três vezes recebe a
profissão de fé arrependida daquele que por três vezes O havia negado.
Recebe
novamente o nome simbólico, Pedro, e desta feita se transforma no primeiro
timoneiro da barca da Igreja, destinada a recolher não apenas 153 grandes
peixes, isto era apenas o início e o simbolismo de uma pesca incontável,
grandiosa que ainda não se terminou, porque esta rede, apesar de tantos
contratempos, de tantas borrascas, de tantos quase naufrágios, não se cansa de
tantos novos peixes.
São as
conquistas que a Mãe Igreja consegue fazer ao longo de toda a sua história,
apresentando esta colheita sempre nova ao Senhor Ressuscitado.
Gostaria
de chamar a atenção para o simbolismo do número 153. Não se trata de um número
mágico qualquer. O evangelista talvez com este número nos queira indicar que a
Igreja quando nasceu com o Senhor Ressuscitado, sob a direção visível de Pedro,
nasceu múltipla, pluralista.
Até os
dias de hoje, todos têm lugar nesta rede. Existe lugar para os conservadores,
para os avançados, para os ignorantes, para os intelectuais, para os grandes e
para os pequenos.
Sim, o Cristianismo
é multiforme, ele nasceu pluralista, ele não nasceu único. Todas as raças, as
índoles, todas as civilizações, sem sacrificar o que de bom possuem, tem o seu
lugar e podem se encontrar na rede de SãoPedro que as conduz à Salvação. (*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso
c / f Padre Fernando C. Cardoso
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