Jo.18,1-19.42
Nesta Sexta-feira Santa os nossos olhares se voltam para o Crucificado. Na liturgia das três horas da tarde, o ponto central e alto é o desvelamento da Cruz, seguido de um gesto de adoração e de gratidão por toda assembléia que neste ato toma parte.
Nós
estamos acostumados a falar dos sentimentos físicos de Jesus - e realmente eles
foram enormes, para além de Suas medidas. Basta pensarmos na Flagelação
horrenda que precedeu a Crucificação, na Agonia lenta que Jesus suportou,
pendente na Cruz. No entanto, não se fala com muita ênfase nos sentimentos
internos de Jesus, e estes foram tão grandes ou maiores do que os sofrimentos
externos.
Jesus foi entregue por um amigo íntimo no qual havia confiado
plenamente. Jesus foi abandonado por todos
os Seus amigos íntimos, sem exceção, foi negado por um deles, depois que este
mesmo Lhe descobriu o messianismo misterioso. Jesus foi ridicularizado naquilo
que Lhe era mais caro, o Seu messianismo. Jesus foi tratado como um Rei de
comédia, um charlatão, um bufão - é lamentável e grotesco termos que contemplar
Jesus todo ensangüentado, com um manto de púrpura nas costas, uma cana na mão e
uma coroa de espinhos na cabeça.
“Adivinha quem te bateu rei dos judeus”?
Jesus sofreu todas as piores
humilhações em nosso favor. Não houve humilhação que Jesus não houvesse suportado: carregou Sua Cruz, nú, pelas ruas de
Jerusalém, sendo objeto da zombaria de todos os passantes.
O Cálice do sofrimento foi bebido
até o final e, nesta Sexta-feira Santa, nós gostaríamos de nos colocar diante da Cruz para
contemplar com Amor e Reconhecimento um a um, não só os sofrimentos físicos,
mas também os sofrimentos morais de Jesus, repetindo, quem sabe, as palavras de
Paulo: “Ele me amou, Ele Se entregou por
mim”. (*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso
c / f Padre Fernando C. Cardoso
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