Sexta Feira
2ª Semana da Páscoa
Jo.6,1-15
Todos os Evangelhos foram compostos para serem lidos e meditados após a Páscoa, isto é, à luz do Senhor Ressuscitado. Mas hoje, ao falar do texto da Multiplicação dos Pães, saliento que ele é particularmente adaptado a este Tempo Pascal que estamos vivendo.
Realmente
é o Cristo Ressuscitado que, em ação continuada, multiplica diariamente os Pães
para seus fiéis. Não qualquer Pão, mas o Pão de seu próprio Corpo, o Pão de sua
realidade humana e divina. Jesus não multiplica os Pães que nós mesmos podemos
multiplicar com nosso esforço e nossa inteligência - dá-nos aquele outro Pão
sem o qual nós não viveríamos a Vida de Deus, e diante do qual nós somos
totalmente passivos e impotentes.
O texto,
nas suas entrelinhas, nos fala efetivamente do Mistério Pascal que há pouco nós
celebramos com a Igreja. Depois da Multiplicação dos Pães, seus seguidores
quiseram transformar Jesus em rei nacionalista, mas Ele fugiu das mãos deles e
foi para um alto monte.
Devido ao fato de não ter
aceitado ser transformado em rei terrestre, Jesus foi rejeitado pelos Judeus. Jesus que, após a Multiplicação
dos Pães, galga sozinho uma montanha, é uma antecipação daquilo que realizaria
também sozinho na colina do Calvário - sempre dentro do espírito deste
evangelista - ser elevado da terra, para que todos pudessem vê-Lo e crerem em
Seu nome.
A Eucaristia de que nos alimentamos
é verdadeiramente dom da imortalidade e Corpo do Senhor Ressuscitado. Ao seu contato este nosso corpo
- que ainda é terrestre e animal - recebe a potência e a capacidade de, um dia,
com o poder que tem o Cristo de sujeitar a Si o universo, transformar-se em
corpo incorruptível.
"Quem come a Minha carne e
bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu o Ressuscitarei no último dia". É com este espírito que nos
lemos este texto, e é com fé que contemplamos diariamente na Igreja este Pão Multiplicado
à espera daquele ou daquela que O deseja receber.(*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso
c / f Padre Fernando C. Cardoso
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