NÓS NÃO TEMOS O DIREITO DE ENGANAR OU ESCANDALIZAR O POVO DE DEUS.

Terça Feira 2ª Semana d Quaresma
                                                                       Mt.23,1-12

Eis um dia quaresmal reservado a nós Padres, Bispos, enfim, para todos aqueles que tem cura de Almas e que são Pastores do povo de Deus.

      “Na cátedra de Moisés sentam-se as autoridades religiosas - diz-nos Jesus - o que eles vos ensinarem, praticai-o, mas não os imiteis, porque ensinam, mas não praticam, colocam fardos terríveis nos ombros dos demais, mas não são capazes de movê-los ou sustentá-los com um único dedo”, é a Palavra de Deus dirigida a nós.

      O Povo cristão e católico vê no Pastor um exemplo a ser imitado, mas se aquele Pastor, por desgraça, ou escandalosamente não vive o que ele prega, acontece o paradoxo de um mediador entre Deus e os homens, se transformar num obstáculo à mediação, isto repito, é um escândalo, nós devemos ser realistas e não idealistas.

      Todos nós Sacerdotes estamos carregados de defeitos e pecados, porque somos homens como quaisquer outros seres humanos, acontece, no entanto que nós temos uma Consciência mais burilada, nós estudamos Teologia, nós conhecemos moral, a Palavra de Deus foi longamente estudada nos nossos cursos seminarísticos e até em cursos de pós-graduação e doutorado, nós não temos o direito de enganar ou de escandalizar o povo de Deus.
 

                                     Padre Fernandos C.Cardoso

 

      O Povo de Deus tem o direito de contemplar no seu Pastor tudo aquilo que ele do alto do púlpito prega aos demais. Nós não podemos brandir a espada da Palavra de Deus à direita e à esquerda tomando cuidado para que ela não nos fira a nós também.

      Por Graça de Deus existem bons Pastores, bons Sacerdotes que se entregaram de Corpo e Alma ao serviço desinteressado do Povo de Deus. Deram o melhor de si, não se enriqueceram, entregaram suas Vidas e até sua Saúde em favor sempre das suas Ovelhas, mas existem aqueles que deixaram a desejar.

     Nós gostaríamos de não antecipar o julgamento condenatório para quem quer que seja antes do tempo, que Deus seja misericordioso para com eles também, como desejamos  que seja misericordioso para conosco.

     Rezemos pelos nossos Sacerdotes nesta quaresma e neste ano sacerdotal, mas os Sacerdotes todos, nós todos peçamos a Deus a Graça de colocar em prática ao menos a metade daquilo que nós transmitimos ao nosso Povo, à nossa Gente, como vontade de Deus.(*)

c / f Padre Fernando C. Cardoso