DEUS EXALTA OS SEUS FIÉIS.

Sexta Feira
2ª Semana da Quaresma

                                                        Gn.37,3-4.12-13.17-28

Hoje apresenta-nos a Igreja como primeira leitura um texto muito sugestivo: a História condensada, resumida, de José do Egito.
              Nós todos conhecemos este romance que ocupa a última parte do Livro do Gênesis a partir do capítulo 37. José, invejado, vendido pelos próprios irmãos, no Egito ainda conhece a tribulação por causa de sua fidelidade, de sua castidade, e ainda vai parar em uma prisão.
             Mas, como diz o Livro da Sabedoria: “A Sabedoria não abandonou o justo, desceu com ele à fossa, foi com ele à prisão”.  Assim, o perseguido, o vendido, humilhado, pode sair da prisão e ser exaltado, tornar-se o Vizir do Egito, o segundo após o Faraó. A História de José poderia terminar aí - depois de tantos sofrimentos suportados com Coração magnânimo, Deus exalta os Seus fiéis.

Não é uma bela lição para nós? Não é um belo texto de que nós podemos nos apropriar? No entanto, a História de José não termina com sua elevação - continua com seus encontros com os outros seus irmãos, vendilhões seus no passado e agora necessitados do seu auxílio. José poderia perfeitamente fechar-lhes as mãos, poderia perfeitamente dizer: “Deus colocou meus irmãos insensíveis, que outrora me venderam aos comerciantes egípcios, em minhas mãos: Eis a hora da vingança, uma vingança justa, porque merecem ser castigados pelo mal que cometeram a mim, e a meu pai inclusive”.

Padre F. C. Cardoso   
 
             Mas José não age desta maneira, José se deixa conhecer, abraça-os, perdoa-lhes de Coração todas as ofensas e todos os males, e diz: “Foi Deus quem permitiu tudo isto, para que providencialmente vos pudesse ser útil na terra do Egito”.
             Alguns Padres da Igreja disseram que esta História de José se deu duas vezes: a primeira com o próprio protagonista, a segunda com Jesus. Ele, também, vendido pelos Seus discípulos, abandonado, triturado, Crucificado e Ressuscitado, tornou-Se o Salvador daqueles que O ofenderam, que O pregaram na Cruz, de todos nós que continuamos ofendendo-O com os nossos pecados presentes e passados. Apropriemo-nos desta História e procuremos ler nas filigranas do texto a grandeza do Coração de Jesus.    (*)
c / f Padre Fernando C. Cardoso