Terça Feira
12ª SEMANA T. COMUM
12ª SEMANA T. COMUM
Mt.7,6.12-14
Dá-nos o
Evangelista São Mateus três conselhos preciosos no curto texto evangélico de
hoje. Em primeiro lugar: “não lanceis as
coisas santas aos cães”. Um versículo, na verdade, difícil de ser
interpretado, que, provavelmente circulava avulsamente na tradição oral
pré-evangélica e foi inserido neste lugar pelo Evangelista.
A
respeito das coisas santas que não devem ser lançadas aos cães escreveu-se
muita coisa e são muitas as opiniões. Acredito que o contexto imediato
favoreça o seguinte: não devemos dar
este texto do Sermão da Montanha a pessoas despreparadas que não levem a sério
e que zombem ou ridicularizem a Palavra de Deus.
Outras
orientações foram também trazidas. Durante a época das perseguições,
esteve em vigência no Cristianismo do Império a norma do arcano, isto é, existem coisas tão sagradas no
Cristianismo, que devem ser ditas em segredo, apenas a outros cristãos bem
formados, para que não se corra o risco ou o perigo da profanação; assim, por
exemplo, a Eucaristia. Quase não se
falava neste sacramento, de medo de ser ele mal interpretado e depois profanado
pelos infiéis.
Hoje o Cristianismo
se tornou um fenômeno mundial, é impossível manter o segredo do arcano e, no
entanto, este primeiro conselho de Jesus nos exorta a sermos realistas. Nem tudo deve ser dito a todos num
único momento. Existem pessoas preparadas e dóceis para receber a
mensagem do Evangelho, mas, sendo realistas e prudentes como serpentes, existem
momentos de se calar, porque, infelizmente, naquele instante a palavra de Deus
poderá não ser bem recebida, melhor, ela será rejeitada
determinantemente.
Em segundo
lugar, a regra de ouro: “Tudo que
quereis que os outros vos façam, fazei-o vós também a eles”.
Finalmente,
um conselho sapiencial: “Entrai pela
porta estreita”. Já eram de conhecimento bíblico dois caminhos: um
que conduz à perdição, largo, espaçoso, atraente, e um que conduz à Vida,
estreito e pouco chamativo. É preciso ser prudente e entrar por este caminho,
porque aquele - por onde entram multidões - não leva a lugar nenhum, melhor,
conduz, sim, à perdição.
Não é
verdade que um caminho - ou uma porta estreita - dê para um caminho sempre mais
estreito; também não é verdade que uma porta larga dê para jardins encantadores
e sempre mais espaçosos, pelo contrário, neste último caso, à medida que se
caminha, tudo se vai estreitando até chegar num beco sem saída.(*)
c/f Padre Fernando C. Cardoso
c/f Padre Fernando C. Cardoso
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