PROCURAMOS DOBRAR A VONTADE DE DEUS RARA O NOSSO EGOÍSMO!

Quinta Feira
1ª Semana Tempo Comum.
1Sm.4,1-11
O texto do primeiro livro de Samuel que hoje temos é verdadeiramente trágico: Os Filisteus, inimigos figadais dos Israelitas antigos, reportam a uma grande vitória. Estes israelitas, destruídos e fracassados, concebem um plano, mais ou menos mágico : Trazer para o campo de batalha a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus.
Era convicção então, de que a simples presença da Arca da Aliança, colocaria o inimigo aterrorizado em fuga. Novo combate, nova derrota. Para piorar a situação a própria Arca da Aliança foi roubada e passou para as mãos dos filisteus.

Que tragédia, que humilhação para o Povo de Israel! mas ao mesmo tempo, que lição preciosa para nós.
Nós na modernidade fazemos mais ou menos a mesma coisa que fizeram os israelitas no passado. Quando queremos forçar Deus a agir, buscamos muitas vezes meios mágicos.

Não é verdade que muitos de nós usamos magicamente alguns Sacramentos? Não é verdade que muitos de nós fazemos um uso mágico ou mecânico de certos Sacramentais? Por exemplo, a água benta, a palma, as cinza bentas, um escapulário, uma medalha, imaginando que ali esta escondida uma força invencível de Deus?
Uma tendência a “coisificar” a Fé, certa tendência a torná-la mágica e sobretudo a arrancar de Deus de qualquer maneira o que desejamos. É uma tentação bastante atual. Foi atual na História da Igreja e o que se passa na História da Igreja, passa-se também na Alma ou no íntimo de cada um de nós.
Quantas vezes repito diante desse texto, nós procuramos usar magicamente Deus? Quantas vezes fizemos o impossível para que Deus se dobrasse aos nossos desejos e a nossos caprichos também!
Isso não aconteceu, estas Orações não foram escutadas. Para muitos uma verdadeira tragédia, para outras pessoas quem sabe, um momento de reflexão e de conversão. Não é esta a Oração que Deus aceita, que Ele quer. Não, é o homem que torce a Vontade de Deus para si.
É ele, homem, quem pede humildemente a Deus para realizar a Vontade divina e descobrir depois o que era a melhor para sua própria existência. (*)
C/F Padre Fernando c. Cardoso