16ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mq.6,1-4.6-8
O Profeta Miquéias, contemporâneo de Isaías, embora não tão aristocrático quanto ele, hoje nos apresenta uma queixa, amarga e ao mesmo tempo conhecida, de Deus: “Povo meu, que te fiz Eu, para receber o que recebo? Foi, por ventura, por ter-te trazido da escravidão do Egito até aqui? Foi por ventura, por ter-te dado este país, onde correm leite e mel?”
Estas
queixas amargas de Deus, a Liturgia assumiu-as na Celebração da Paixão
de
Cristo, na sexta-feira Santa. Estas queixas, ouvidas com um Coração
penitente,
provocaram a Conversão, tanto para aqueles que as escutaram pela
primeira vez,
quanto provocam em nossos Corações, que as escutamos hoje; à diferença
dos
primeiros, poderíamos nós acrescentar como queixas amargas de Deus
outros
tantos inumeráveis e extraordinários benefícios que fez e continua a
fazer em
nosso favor, recebendo tão pouco de cada um de nós, mesquinhos,
medíocres que
somos, incapazes de qualquer generosidade para com Ele.
O texto
continua: aqueles convertidos imediatamente pensaram em desagravar Deus
com uma
Lliturgia esplendorosa; oferecer, quem sabe, uma centena de carneiros em
holocausto ou uma torrente de óleo derramada em Sua honra sobre o altar
de
Jerusalém. Não, nada disto deseja Deus. Ele não deseja, como fruto de
uma Conversão
verdadeira, um Coração que busque coisas extraordinárias.
Deus
deseja ser cultuado e, sobretudo, amado no cotidiano de nossa
existência, não
através de ações mirabolantes e extraordinárias, mas através de ações
pequenas,
diárias, talvez até nem vistas por outras pessoas, mas realizadas com
Amor.
Coloquemos um pouco mais de Amor nas ações que realizamos, sobretudo
mais Amor
em nossas Orações, dediquemos mais tempo à escuta de Sua Palavra.
c / f Padre Fernando C. Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário