NO BATISMO, RECEBEMOS A PLENITUDE DO CORAÇÃO DE JESUS

Quinta Feira
2ª Semana da Páscoa
Jo.3,31-36

São João hoje nos faz ler um versículo que, para mim, tem importância capital

Deus envia o Seu Filho ao mundo para que profira Palavras de Deus e conceda o Espírito sem medidas.

Na Vida espiritual as coisas não procedem como na vida terrestre, carnal e limitada. Na vida terrestre as nossas aquisições são muito lentas. Quando o ser humano chega ao uso da razão?

A partir do momento que chega ao uso da razão, quantos anos são necessários para que ele vá adquirindo conhecimentos sempre mais extensos? Quantos anos são necessários para que ele chegue a um conhecimento superior? E é preciso dizer que a Vida inteira não basta para que nós conheçamos todas as coisas que possam ser conhecidas.

Na Vida cristã não partimos do pouco ou do nada para conquistarmos com esforço e luta um pouco de conhecimento? Deus concede o Seu Espírito sem medida, e assim, embora o Sacramento do Batismo seja um Sacramento inicial e terminal, embora seja uma semente que deva crescer - e não já uma árvore madura e frondosa - aquele que recebe a fé, de certa maneira a recebe em plenitude.

Aquele que recebe a Esperança em Deus, de certa maneira a recebe em plenitude, e sobretudo aquele que recebe o Amor de Deus, não O recebe sob medida, não O recebe a conta-gotas,  recebe-O em plenitude. Ele tem o Coração de Cristo à sua disposição - e isto não é fruto de seus esforços ou de suas tentativas. Ele tem uma luz maravilhosa que se chama Fé, capaz de fazê-lo caminhar na escuridão desta noite, sem tropeçar, sem cair e sem terminar na falsidade, ou no abismo do nada. Ele tem uma grande Esperança, capaz de tornar o seu Coração, já neste mundo, cheio de júbilo e da alegria de Deus.

Nas coisas de Deus nós não procedemos como nas coisas deste mundo. A plenitude que Deus nos concede - embora possa ser desvendada por nós dia após dia - já é uma plenitude de Fé, de Esperança e sobretudo de Amor, porque, repito, temos o Coração de Cristo à nossa disposição cada dia da nossa vida.   (*)

c / f Padre Fernando C. Cardoso